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Dona Dina, a vaqueira

Jaqueline Aragão Cordeiro, 2 de outubro de 2019

Dona Dina Vaqueira

Quando menina, nos tempos em que morava na fazenda Barra do Cancão, na cidade de Canindé, Dina Maria Martins Lima não queria saber de cozinha, contrariando o destino das mulheres do sertão. O gosto dela era a lida da fazenda, pegar cavalo, tanger o gado. Tarefa difícil de ser feita por uma mulher que tinha sete irmãos varões. Mas esperta e determinada, ela conseguia burlar as tarefas domésticas e desfrutava o prazer de estar na mata. “Em casa, eu desdobrava mãe. E quando ia pra escola, combinava com os colegas. Eles me passavam depois o dever, eu copiava e dava uns trocados pra eles”, conta em meio aos risos relembrando os tempos que a memória não esquece. Isso sem o pai saber, senão era castigo na certa.

Assim seguiu dona Dina, até o dia em que a rês de um vizinho se misturou ao gado do pai dela. A menina que tinha 14 anos não sabe calcular a felicidade do momento em que o pai a chamou para buscar a rês do vizinho. Depois de ter participado da primeira missa do vaqueiro, onde ela cantou seus primeiros versos, dona Dina passou a frequentar vaquejadas com os amigos vaqueiros que conheceu na missa.

Dois episódios marcantes da vida de dona Dina foram a escolha dela como a primeira rainha vaqueira do sertão e o dia em que foi galanteada por ninguém menos que Luiz Gonzaga. Mas o grande orgulho da vaqueira é a fundação da Associação dos Vaqueiros, Boiadeiros e Pequenos Criadores de Canindé, de onde ela foi a primeira presidente. Hoje dona Dina é uma das Mestres da Cultura do Ceará (2005), trabalha no conselho Maria da Penha, para defesa de mulheres, no conselho de idosos e de uma comunidade de detentos. Incansável, a rainha vaqueira ainda compõe versos e sempre tem um tempinho para receber em sua casa aqueles que querem ouvir boas histórias de vida.

Dona Dina na primeira missa do vaqueiro, em Canindé – Foto: Acervo do escritor e radialista Tonico Marreiro

PELEJA

Dona Dina conheceu Luiz Gonzaga em uma festa igreja de São Francisco em Canindé. Ele estava no altar da igreja quando dona Dina adentrou. Os dois iniciaram uma peleja, conforme ela conta:

Luiz: “Morena tão bonita / aonde você mora?”
Dina: “Eu moro bem distante / meu marido tá lá fora”
Luiz: “Pois dê lembrança a ele / se arretire e vá embora”
Dina: “Eu vu me arretirando / mas não é com medo não / é mostrando para o povo / a minha boa intenção”

Dona Dina mora na cidade de Canindé que fica a 117 km. de Fortaleza.

Fonte: Jornal “O Povo”

Jaqueline Aragão Cordeiro

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