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A Paroquia de São Francisco de Canindé – Parte 1

Jaqueline Aragão Cordeiro, 13 de abril de 201130 de junho de 2017


Houve uma missão denominada dos índios CANINDÉS e GENIPAPOS, quando o Ceará ainda era capitania dependente de Pernambuco. Essa missão foi elevada a categoria de freguesia, desmembrada de Aquiraz, e mais tarde, em 1764, elevada a Vila com o nome de Monte-Mor-o-novo-d ’América, hoje, a cidade de Baturité. Parte do sertão de Canindé, quase inóspito, pertencia a Baturité.

Em 1775, na região já sendo ocupada por fazendeiros, foi construída uma capela dedicada a São Francisco das Chagas. Quando começou a edificação da capela, o terreno onde estava sendo construído pertencia a três irmãos residentes na capitania de Pernambuco, que ao saberem da obra, embargaram-na por meio de seus representantes. Aconteceu de morrerem dois dos proprietários, e o terceiro vindo a adoecer, fez doação de uma légua de terras para São Francisco.

O padre João José Vieira, procurador destas terras, em prestação de contas ao Ouvidor geral da capitania do Ceará Grande, hoje Fortaleza, em 1804 delimitou o terreno que ia do lugar chamado Boqueirão, até o um serrote chamado Salgado, ao sul até o lugar chamado Batoque, parte do oeste até a nascente do rio Canindé, pegando da Ipueira da Boa Vista até a Caiçara.

Em 1787, o capitão Antônio Alves Bezerra fez doação para São Francisco das Chagas, das terras da Santa Rosa. Em 1801 o padre João José Vieira recebeu do escrivão de Monte-Mor-o-novo-d ‘América a escritura da doação do sitio Araticum, feita por Francisco do Rego Barros. Em 1804 descrevendo o padre todos os bens sob sua responsabilidade ao Ouvidor Geral da capitania do Ceará, declarou existirem duas imagens de São Francisco, uma grande e outra pequena, e um crucificado, com isso, acredita-se que a imagem menor e a do crucificado foram adquiridas no principio da criação de Canindé e a edificação da capela, em 1775.

A antiga capela sofreu diferentes transformações de 1775 a 1796, ano em que foi definitivamente concluída. Em 1792, as obras foram suspensas por causa da grande seca, o trabalho da igreja, que apesar da elegância que lhe deram os reparos de 1888, apresenta ainda hoje grandes deformidades em suas paredes laterais, bastante tortuosas.

Por alvará de D. João 6º, datado de 30 de outubro de 1817, a antiga capela de São Francisco passou a ser Matriz, tendo por limites as freguesias de Quixeramobim, Fortaleza, Baturité e Santa Cruz.

Foi seu primeiro pároco o Padre Francisco de Paula Barros, que já exercendo o posto de Capelão, foi oficialmente nomeado por carta régia de 10 de julho de 1817 e confirmado em 1 de agosto do mesmo ano pelo Bispo de Pernambuco Dom Frei Antônio José Bastos.Pela lei nº 365 de 29 de julho de 1846, o povoado de Canindé foi elevado à categoria de Vila dependente politicamente de Baturité. A lei nº 1551 de 4 de setembro de 1873 elevou a Vila a categoria de Comarca. Canindé perdeu os foro de Comarca pelo decreto nº 200 de 6 de junho de 1891, sendo como antes, reduzida a município e como fronteira a comarca de Baturité.

Da serra da Mariana, nasce o pequeno rio Canindé, que passa junto a Vila, tendo por afluentes a esquerda os rios das Pedras e Xinuaquê e Tejussuoca que separa os dois municípios, Pentecostes e Canindé; e a direita os do Souza, Longá, Siriemas e Capitão-Mor, despeja no rio Curu ao pé da vila de Pentecostes, situada à sua margem direita. A sua população pelo recenseamento de 1891 era de 13.084 habitantes, com 399 eleitores. A principal fonte de renda era a criação de gado, tendo se desenvolvido também, a extração de resina da maniçoba, abundantes nas serras do Machado e Jatobá. O abastecimento público de carne e cereais era fornecido pelo próprio município, que em épocas regulares também exportava milho, farinha, algodão, etc.

Fonte: Revista do Instituto do Ceará – Notas políticas e religiosas da Villa de Canindé
Fotos: Arquivo pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro

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Comments (2)

  1. Lúcia Bezerra de Paiva disse:
    14 de abril de 2011 às 00:18

    Olá, Jaqueline
    Já passei várias vezes, de ônibus por Canindé, dá pra se ter uma visão muito boa, acho a cidade linda. Esta igreja, então, é belíssima.
    Agora, conheci a sua história. Mas quero, dia desses, ir à Canindé conhecer o Padre Neri Feitosa, que é uma sumidade em Genealogia, que eu gosto.
    Quero lhe dizer que, agora, consigo fazer um boa leitura de suas postagens. Antes, ficava meio confuso, aquelas fotos piscando. Eu já havia feito uma observação sobre isso.

    Faça uma visitinha a meu blog, Da Cadeirinha de Arruar ! Deixe um comentário. Sou nova, nesse “ramo” e preciso de opiniões sinceras.
    Beijos,
    Eu volto!

    Responder
  2. Pingback: São Francisco das Chagas de Canindé – Coisa de Cearense

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